Galpão Arthur Netto é palco da peça "O Som das Cartas que Não Li"

08/08/2013 12:32
Teatro
Galpão Arthur Netto é palco da peça "O Som das Cartas que Não Li"
Espetáculo, que será encenado no sábado e domingo, fala de um homem que resiste em abrir correspondências
Gabriela Pasquale
Da Reportagem Local
Fotos: Divulgação
"O Som das Cartas que não Li" acompanha a trajetória de um homem e as suas lembranças

Diante das dores e das perdas irreparáveis, cada um possui uma reação distinta. Uns resolvem enfrentá-las, outros as deixam de lado. Inspirado nos contos do escritor e poeta francês Guy de Maupassant, o espetáculo "O Som das Cartas que Não Li" mostra a trajetória de um personagem que teme romper o lacre de suas correspondências, guardadas por 20 anos, e ouvir o som desconhecido de cada palavra escrita. 
A peça será encenada no próximo sábado e domingo, às 20 horas, no Galpão Arthur Netto de Cultura e Cidadania. O centro cultural fica na avenida Fausta Duarte de Araújo, 23, no jardim Santista, em Mogi das Cruzes. A entrada é gratuita, porém, é preciso comparecer no local a partir das 18 horas para retirar o ingresso. Informações: 3433-9841 ou pelo e-mail galpaoarthurnetto@uol.com.br. 

"Salve-Me"
Parte integrante do projeto "Salve-Me", desenvolvido pela Cia. Ática, a peça acompanha a trajetória de perdas e ganhos de um homem que, após a morte da mulher amada, torna-se refém das lembranças do seu passado feliz. 
É a partir desse momento que ele passa a misturar a realidade e o imaginário, vivendo em constante repetição. Ele conta e reconta a sua história, regada de amor, alegrias, perdas e devaneios.

A diretora Ana Almeida revela como foi o processo de produção do espetáculo: "Quando entrei para fazer a direção, o grupo já tinha feito uma temporada. Na primeira versão, o Messias (ator na peça) encenava sozinho, com as lembranças do personagem. Aí surgiu a ideia de acrescentar a mulher, representando as memórias do homem; e a música, o terceiro membro da peça. Esses elementos deram um clima maior de sonho e fantasia". 
As confusões do personagem prometem transportar o público para um universo cheio de emoções, que abrigam inúmeras lembranças desorganizadas, sobrepostas entre o real e o imaginário. 

Música ao vivo
Para mostrar essas perturbações, o espetáculo conta com a música tocada ao vivo. "No espetáculo há uma canção do personagem e da sua esposa, que está presente ao longo de toda a história. As músicas tocadas ao vivo são improvisadas e ocorrem de acordo às atmosferas vividas pelo protagonista", revela Messias Carvalho, ator e um dos idealizadores do projeto "Salve-Me". 
Com a chegada de Ana Almeida, o grupo teve de partir de um processo de desconstrução do texto, que permitiu uma se-quência intensa e prazerosa a todos os integrantes. Foi a partir daí que a mulher do personagem ganhou espaço na peça, que também passou a contar com música ao vivo. 
"A ideia de acrescentar a mulher do personagem e a música ao vivo surgiu para deixar a peça mais leve, já que o tema abordado é denso. Visualmente falando, o espetáculo ficou mais imagético e claro para o público", revela a diretora.


Sombras
Messias Carvalho fala de como foi o trabalho de Ana Almeida. "Uma das propostas da Ana é trabalhar a intensidade das sombras da perda. Ela nos incentivou a realizar alguns exercícios, que desconstruíram a nossa vida cotidiana", finaliza.